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Sangue dourado | Resenha ☆☆☆☆☆

  • Foto do escritor: Mih Moraes
    Mih Moraes
  • 18 de abr.
  • 3 min de leitura

"Sangue Dourado" de Namina Forna foi uma leitura que mexeu comigo de um jeito que eu não esperava. A narrativa é um verdadeiro mergulho em um mundo vibrante e, ao mesmo tempo, implacável. Misturando fantasia, mitologia e questões profundamente humanas, o livro é uma jornada de autodescoberta, resistência e superação, com uma pitada de ação que vai te manter grudada na página.

Livro Sangue Dourado

A trama se passa em um universo em que as mulheres são tratadas como cidadãs de segunda classe, dominadas por normas rígidas e preconceitos. A protagonista, Deka, se encontra em uma situação de total desconforto quando, ao atingir a puberdade, começa a manifestar sinais que a colocam em risco de ser rejeitada pela sociedade. Ela é uma alaki — um ser com habilidades especiais, fruto de um poder desconhecido e temido. Essa transformação faz com que ela seja vista como um monstro. E é aí que a história dá a primeira grande virada: ela é convocada para um grupo secreto de guerreiras, e sua vida vira de cabeça para baixo.


O que me cativou logo de cara foi a coragem e a determinação de Deka. Ela não se deixa abalar pelas limitações que a sociedade tenta impor a ela, e ao longo do livro, vemos sua evolução de uma jovem que busca a aceitação, para uma guerreira capaz de mudar o curso da sua própria história. A autora, com muita sensibilidade, aborda temas como identidade, pertencimento e, claro, a luta pela liberdade.


O elemento fantástico é outro ponto que me prendeu. As alakis, com suas habilidades extraordinárias, têm uma história fascinante, envolta em mistérios que se desdobram à medida que Deka vai desbravando esse novo mundo. Há batalhas épicas, reviravoltas emocionantes, e o tipo de amizade que transborda força e lealdade. Além disso, Forna nos oferece uma reflexão sobre o poder do feminino e a importância de encontrar a própria voz, mesmo quando as circunstâncias não favorecem.


O que eu mais amei foi a complexidade das personagens femininas. Elas não são simplesmente "heroínas" em busca de salvar o mundo, mas mulheres reais (e, claro, com superpoderes, mas vamos por partes) que têm dúvidas, medos e anseios. A amizade entre elas, e o apoio mútuo, foi um dos pontos que mais me tocou.


O livro é como um grito de liberdade. Deka e suas companheiras não estão apenas lutando contra forças externas, mas também contra os padrões de uma sociedade que não as vê como dignas de respeito e igualdade. E ao longo do livro, essa luta se torna cada vez mais visceral, nos fazendo refletir sobre nossas próprias realidades e o quanto, em muitos aspectos, as mulheres ainda precisam se reinventar para conquistar o que é seu por direito.


E, claro, como toda boa fantasia, Sangue Dourado deixa um gostinho de quero mais. O final não fecha todas as pontas e nos deixa com aquele suspense delicioso que já nos faz ansiar pela continuação.

Se você gosta de fantasia com forte carga emocional, personagens memoráveis e um enredo que te faz pensar sobre poder, identidade e feminilidade, Sangue Dourado é uma leitura que não pode faltar. Fica a dica: prepare-se para se apaixonar e se empoderar com essa história!


DICAS DA MIH

Deixo aqui outros livros com a mesma temática e que podem te encantar também :)


Uma jovem chamada Zélie tenta devolver a magia ao seu povo e lutar contra um império opressor. Com inspiração nas tradições iorubás e uma construção de mundo rica, esse livro tem tudo: ação, mitologia africana, crítica ao racismo estrutural e uma protagonista feroz. Se Deka te inspirou, Zélie vai te conquistar.


Apesar de não ser fantasia no mesmo estilo de Sangue Dourado, esse livro mergulha fundo em temas como identidade, honra e amor. A escrita é poderosa, poética e envolvente — e a forma como reconta a Ilíada através de uma perspectiva íntima vai te emocionar até a última página.


Celaena Sardothien é uma assassina lendária com um passado sombrio e um futuro incerto. A saga mistura ação, mistério, magia e poder feminino de um jeito viciante. A série é longa, cheia de reviravoltas e ideal pra quem curte ver a protagonista crescendo em força e complexidade.


Tarisai foi criada para cumprir uma missão terrível: matar o príncipe herdeiro. Mas e se ela quiser escolher outro caminho? A protagonista vive um dilema entre lealdade e liberdade, tudo isso em um mundo rico e vibrante. Tem crítica social, laços de amizade fortes e MUITA representatividade.

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