Antes que o café esfrie 2 | Resenha ☆☆☆☆☆
- Mih Moraes
- 19 de abr.
- 2 min de leitura
Ler Antes que o café esfrie 2 foi como sentar novamente naquela cadeirinha específica da cafeteria Funiculi Funicula, onde o tempo dobra e o coração escancara. Como já tinha lido o primeiro, eu achei que nada mais fosse me surpreender… mas me enganei. Este segundo volume consegue manter a mesma atmosfera delicada, com aquele toque mágico que mistura fantasia com emoções reais, mas traz novas camadas de humanidade.
As histórias aqui continuam entrelaçadas com o tempo e os afetos — é sobre reencontros, reconciliações, segredos que pesam no peito e amores que resistem, mesmo que não durem no tempo linear da vida. São novos personagens, mas o sentimento de acolhimento é o mesmo. A escrita do Kawaguchi continua gentil, quase sussurrada, e ao mesmo tempo cortante, como quem acaricia e corta o coração com a mesma delicadeza.
O que me tocou profundamente neste segundo livro foi como ele fala de deixar ir, de aceitar o fluxo da vida — algo que parece simples, mas é tão difícil na prática. A sensação que fica é de que, mesmo que o tempo não possa ser mudado, o que carregamos no coração pode. E isso muda tudo.
Ler esse livro foi uma experiência de reconexão: comigo mesma, com memórias antigas e com a esperança de que, mesmo quando não dá pra voltar, a gente sempre pode seguir com mais ternura.
Se você já se emocionou com o primeiro, esse aqui vem como um afago continuado — daqueles que aquecem, como o café que ainda não esfriou.
DICAS DA MIH
Deixo aqui outros livros com a mesma temática e que podem te encantar também :)
Se Antes que o café esfrie é sobre viagens no tempo por amor, A Biblioteca da Meia-Noite é sobre possibilidades. Nora Seed entra numa biblioteca mística onde cada livro representa uma vida que ela poderia ter vivido. Uma história sobre arrependimentos, escolhas e, principalmente, sobre como enxergar valor na vida que já se tem. Emocionante e profundo, daquele jeito que faz a gente fechar o livro e ficar pensando.
Do mesmo autor de A Cabana, este livro também carrega um tom espiritual e introspectivo. Um homem em luto por uma tragédia familiar recebe um convite inesperado para atravessar uma ponte misteriosa... e acaba atravessando a si mesmo. É mais sobre cura emocional do que viagem literal no tempo, mas o clima é semelhante: íntimo, reflexivo e transformador.
Três jovens encontram abrigo numa antiga loja abandonada e descobrem cartas antigas com pedidos de ajuda que eram deixadas lá para o antigo dono. Eles decidem responder às cartas e, nisso, acabam se conectando com o passado e com histórias de vidas cheias de dor, esperança e amor. É delicado, com aquele toque mágico e sensível que lembra bem Antes que o café esfrie.
Numa pequena cidade dos EUA, algumas pessoas começam a receber telefonemas de entes queridos que já partiram. O mundo entra em polvorosa — é milagre? É fraude? Enquanto isso, o protagonista, um homem cético e em luto, decide investigar… mas o que ele encontra é muito mais sobre cura e aceitação do que sobre respostas fáceis.
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