Cleópatra e Frankenstein | Resenha ☆☆☆
- Mih Moraes
- 18 de abr.
- 2 min de leitura
Sabe aquele livro que começa com um "uau, que promissor!" e termina com um "era isso mesmo?" Pois é. Cleópatra e Frankenstein me levou por uma montanha-russa emocional – com algumas paisagens belíssimas, mas também com umas voltas meio desnecessárias que me deixaram tonta e, às vezes, entediada.
A escrita da Coco Mellors é linda, disso não dá pra reclamar. Ela tem um jeito sensível, poético, de descrever o caos e a beleza dos relacionamentos humanos. Os personagens são intensos, feridos, reais. Mas aí entra o porém: às vezes essa intensidade beira o exagero e a narrativa se perde num dramalhão meio gratuito.
A história de Cleo e Frank começa com aquele brilho de paixão avassaladora, aquele tipo de conexão que parece escrita nas estrelas… mas logo o que parecia amor vira um espelho quebrado, refletindo solidão, vícios, inseguranças e expectativas frustradas. E ok, isso é real – a vida nem sempre é um romance com final feliz. Mas senti falta de algum respiro, de personagens que evoluíssem de verdade.
Em muitos momentos, me peguei pensando: mas será que precisava tanto sofrimento pra contar isso?
Ainda assim, tem cenas lindíssimas, diálogos que te fazem parar e pensar, e uma atmosfera meio novaiorquina caótica que encanta. É um livro bonito, mas um tanto cansativo. Daqueles que eu indico com uma ressalva: vai fundo se você curte histórias densas, relações complicadas e personagens cheios de camadas (e bagagens emocionais pesadas!).
DICAS DA MIH
Deixo aqui outros livros com a mesma temática e que podem te encantar também :)
Uma protagonista entediada com o mundo e consigo mesma, tentando se anestesiar da vida com medicamentos e sarcasmo. É um retrato ácido da alienação moderna, com aquele toque de luxo decadente e crise existencial que lembra muito a vibe da Cleo. Uma leitura ousada, incômoda e... estranhamente viciante.
Se você gostou da crueza emocional da Cleo, aqui vai um livro que te joga no meio de uma mulher em colapso. Elena Ferrante escreve com uma brutalidade elegante. É desconfortável e hipnotizante — bem do jeitinho que Cleópatra e Frankenstein também tenta ser.
Rooney é mestre em captar silêncios e dilemas contemporâneos. Aqui, assim como no livro da Coco Mellors, temos relações intensas, cheias de nuances, e um olhar afiado sobre juventude, arte, amor e tudo aquilo que bagunça a gente por dentro.
Uma protagonista fora da curva, que vive à margem, flerta com o perigo e tem aquele tipo de caos sedutor. Giovana tem uma escrita afiada, moderna e cheia de sarcasmo. Se a Cleo tivesse nascido em São Paulo, ela podia ser essa mulher.
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