Deus na escuridão | Resenha ☆☆☆☆

Ler Valter Hugo Mãe é sempre uma experiência visceral, e Deus na Escuridão não foge à regra. O autor nos convida a mergulhar em uma narrativa poética e profundamente humana, que fala de dor, amor e da busca por algum sentido em meio à escuridão da existência.

A história se desenrola com a sensibilidade que só Valter Hugo Mãe consegue imprimir em suas palavras. Com uma escrita delicada, quase sussurrada, ele toca em temas como a solidão e a espiritualidade de uma forma íntima, como se estivéssemos ouvindo um amigo compartilhar suas dores mais secretas. O livro é um convite ao silêncio, à introspecção, como se cada frase tivesse sido escrita para ser sentida mais do que compreendida.

Os personagens são construídos com uma profundidade que impressiona. São figuras marcadas por ausências e vazios, mas que ainda assim encontram formas de existir, de resistir. A escuridão do título não é apenas um elemento metafórico, mas um estado de espírito, um pano de fundo que envolve tudo. Ainda assim, há beleza, há esperança, há uma ternura que nos envolve e nos faz querer continuar, mesmo quando a dor aperta.

O que mais me tocou em Deus na Escuridão foi essa capacidade de falar sobre fé e desamparo sem respostas fáceis, sem promessas vazias. O livro não busca iluminar o caminho, mas nos fazer companhia na escuridão. E isso, por si só, já é um gesto imenso de amor. Se você gosta de literatura que inquieta, que emociona e que nos obriga a encarar nossas próprias sombras, esse livro é um abraço apertado, um sussurro no ouvido dizendo: “Eu também sinto”.

Dicas da Mih

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O Filho de Mil Homens – Valter Hugo Mãe

Se você gostou do estilo poético e sensível de Valter Hugo Mãe, O Filho de Mil Homens é um livro essencial. A história de Crisóstomo, um homem que deseja ser pai e constrói sua família de maneira não convencional, é carregada de ternura e reflexões sobre pertencimento, amor e esperança.

A Tristeza Incrível do Leopardo-das-Neves – Joca Reiners Terron

Esse livro tem uma atmosfera melancólica e introspectiva. A narrativa fragmentada e poética explora a solidão, a perda e a busca por um sentido em meio ao caos, com uma escrita intensa e evocativa.

A Vegetariana – Han Kang

Um romance intenso e poético que mergulha na psique de uma mulher que decide parar de comer carne, desencadeando uma série de reflexões sobre controle, desejo e identidade. A escrita é atmosférica, carregada de simbolismo e silêncio.

A Solidão dos Números Primos – Paolo Giordano

Uma história sensível sobre duas almas marcadas por traumas, que se encontram e se afastam como números primos. A narrativa melancólica e intimista tem a mesma delicadeza e profundidade emocional que encontramos em Valter Hugo Mãe.