Flores para Algernon | Resenha ☆☆☆☆
- Mih Moraes

- 20 de mar.
- 3 min de leitura
Atualizado: 29 de mar.
Flores para Algernon, de Daniel Keyes, é uma obra que toca fundo na alma, misturando emoção, reflexão e um olhar aguçado sobre a natureza humana.
A história de Charlie Gordon, um homem com deficiência intelectual que passa por um experimento científico para aumentar sua inteligência, é profundamente comovente e inquietante. A narrativa, escrita sob a forma de progressivos relatos de Charlie, nos leva a uma viagem emocional e científica, onde as conquistas e perdas de Charlie são apresentadas de uma maneira tão humana que é impossível não se conectar com ele.
O desenvolvimento da história é fascinante, e o autor nos faz questionar temas como ética, ciência e o que realmente significa ser "inteligente". À medida que Charlie se torna mais consciente de si mesmo, o leitor é levado a refletir sobre as complexidades da mente humana e as desigualdades que enfrentamos. A estrutura do livro, com os "progress reports" de Charlie, é brilhante, pois nos mostra uma evolução clara, quase palpável, do protagonista.
As críticas que podemos fazer à obra dizem respeito ao ritmo, que pode ser um pouco mais lento em certos momentos, e à falta de maior aprofundamento em alguns personagens secundários, mas nada disso tira o impacto emocional do enredo.
O autor nos dá a chance de ver o mundo sob uma ótica que vai além das convenções e nos lembra da importância de valorizar a humanidade em todos os aspectos. É um livro que vai ficar com você muito depois de virar a última página. Uma história triste, mas cheia de beleza. Uma verdadeira joia, com 4 estrelas cheias de carinho!
Dicas da Mih
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A reflexão sobre a liberdade e a condição humana em O Conto da Aia é similar à de Flores para Algernon no sentido de que a protagonista vive em uma sociedade que restringe seu desenvolvimento e o valor de sua vida. Atwood cria uma distopia que também nos leva a questionar a natureza das nossas escolhas e da nossa identidade, algo que pode tocar quem se emocionou com o desenvolvimento de Charlie.
A história de um homem simples, mas brilhante em matemática, nos mostra como a inteligência pode ser um caminho para a evolução, e a simplicidade e sabedoria do protagonista acabam trazendo à tona importantes lições sobre a vida. É uma leitura inteligente e encantadora, com um toque de humor.
Embora a narrativa seja muito diferente, com um foco na Segunda Guerra Mundial e a perspectiva de uma jovem menina, ela compartilha a profundidade emocional e a reflexão sobre a vida e a morte. Assim como no livro de Keyes, há um tratamento muito sensível sobre os efeitos do conhecimento e da percepção no crescimento pessoal.
Uma parábola profunda sobre a fragilidade humana e as relações sociais. Quando uma epidemia repentina de cegueira atinge uma cidade, a sociedade desmorona, e os personagens são forçados a reimaginar suas vidas em um novo contexto de perda e desespero. A obra explora a condição humana de maneira complexa e filosófica, assim como Flores para Algernon, e nos faz refletir sobre os limites da consciência e os mecanismos que nos tornam humanos.










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