Lua de Sangue | Resenha ☆☆☆☆
- Mih Moraes

- 29 de mar.
- 3 min de leitura
Atualizado: 29 de mar.
Imagina um livro que te prende desde a primeira página, te envolvem em uma atmosfera pesada e suja, e te arrasta para o abismo de uma trama repleta de mistério e tensões que vão muito além de simples assassinatos? É exatamente isso que Lua de Sangue oferece. Escrito por Jo Nesbø, o mestre dos thrillers escandinavos, esse livro é a mistura perfeita de vingança, culpa e os dilemas da natureza humana.
A história gira em torno de Harry Hole, o icônico detetive de Nesbø, um homem complexo, atormentado por seus próprios demônios internos. Ele se vê envolvido em um caso onde o passado e o presente se entrelaçam, e a busca por respostas o leva a uma montanha russa de acontecimentos aterrorizantes. Uma noite, um crime brutal é cometido, e Harry se vê mais uma vez sendo puxado para um jogo sujo que o desafia a cada passo.
O cenário de Oslo nunca foi tão sombrio. Nesbø faz com que cada rua, cada esquina, tenha seu próprio peso, suas próprias sombras. O uso da cidade como personagem é, sem dúvida, um dos pontos altos da narrativa. Oslo se torna um labirinto, uma prisão mental que reflete a mente atormentada do protagonista.
O autor, mais uma vez, nos entrega diálogos afiados e cenas de pura tensão, onde cada pista é como um pedacinho de um quebra-cabeça maior, porém mais sinistro. A maneira como ele lida com a complexidade de seus personagens, especialmente Harry Hole, é envolvente e, ao mesmo tempo, desconcertante. Harry não é o herói perfeito, muito pelo contrário: ele é um ser humano falho, imerso em vícios, dilemas e escolhas erradas. Isso o torna ainda mais real e fascinante.
O título "Lua de Sangue" é, de certa forma, uma metáfora para a jornada do próprio Harry. Uma lua vermelha que simboliza o sangue derramado, as escolhas de um passado que não se apaga, e a sede de justiça (ou vingança) que permeia a história. A lua, com sua presença constante no livro, reflete os ciclos da vida e da morte, da culpa e da redenção.
A grande sacada de Jo Nesbø, aqui, é não dar ao leitor uma resposta fácil. A trama é cheia de reviravoltas, e, quando você acha que já sabe o que vai acontecer, ele te joga um golpe certeiro. O final é daqueles que te deixa de queixo caído, e mesmo que você tenha suas suspeitas, a resolução é uma verdadeira explosão de emoções.
Em resumo, "Lua de Sangue" é uma obra irresistível para quem ama thrillers bem construídos, com personagens profundos e tramas que desafiam o leitor a olhar para a própria humanidade de uma forma crua e implacável. Jo Nesbø não brinca em serviço. Prepare-se para uma leitura que vai mexer com a sua mente e, possivelmente, com os seus próprios medos. E no final, talvez a única coisa mais sangrenta do que a lua, seja a verdade que você encontra… e o preço que ela exige.
Dicas da Mih
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Um thriller psicológico eletrizante, onde acompanhamos um grupo de jovens que se reúne para um jogo mortal de roleta-russa, e a história se desenrola por meio de gravações e investigações, criando uma atmosfera de tensão intensa.
A história gira em torno de uma psicoterapeuta que tenta desvendar o motivo pelo qual sua paciente, uma artista famosa, se calou completamente após assassinar o marido. É um livro que te prende do início ao fim, cheio de reviravoltas que te fazem questionar tudo.
Se o que te atraiu em Nesbo foi o ritmo ágil e os detalhes forenses, essa é uma excelente pedida. Lincoln Rhyme, um detetive tetraplégico brilhante, e sua parceira Amelia Sachs precisam correr contra o tempo para deter um serial killer que deixa pistas macabras em cada cena do crime. É um thriller cheio de adrenalina e inteligência.
A trama acompanha um assassino que presencia a morte dos próprios pais quando criança e decide fazer "experimentos" para entender os efeitos do trauma em outras crianças. Ele se aproxima de um psicólogo e de um detetive, e a história se desenrola de forma tensa e inteligente.










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