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O Mundo Superior | Resenha ☆☆☆☆☆

Sabe aquele livro que te pega de surpresa? Que começa parecendo uma coisa e, de repente, te joga num portal de possibilidades que misturam ciência, afeto, racismo estrutural e o peso das escolhas? Pois é. "O Mundo Superior" fez isso comigo. E fez bonito.


Livro O mundo superior

Femi Fadugba escreve como quem quer abrir portais — não só no tempo e no espaço, mas na mente da gente. A história se passa em Londres, mas poderia ser em qualquer periferia do mundo onde jovens negros enfrentam a constante luta entre sobreviver ou sonhar. O protagonista, Esso, é um desses jovens. Tem aquela carga de dor e conflito que a gente reconhece de longe — mas o autor vai além do clichê. Ele não romantiza, ele humaniza.


Esso se vê envolvido numa treta pesada, no limite da vida e da morte, quando conhece Rhia — uma jovem que ama boxe e tem seus próprios fantasmas. A amizade entre eles é improvável, mas necessária. E aí vem o detalhe que transforma tudo: viagens no tempo.


Mas não espere uma ficção científica fria e cheia de termos difíceis. Fadugba é físico, sim, mas escreve com a alma. Ele traduz a teoria quântica em emoção, em escolhas reais, em perguntas profundas: E se você pudesse mudar o passado? E se o futuro já estivesse escrito? O que, afinal, é o livre-arbítrio para um corpo preto num mundo que insiste em negar seus caminhos?


O livro é carregado de tensão, humanidade e aquele toque de esperança que não grita, mas sussurra: Você importa. Sua vida importa. Seu futuro importa.


Como mulher negra, mãe, avó, artista e observadora desse mundo cheio de camadas, O Mundo Superior me atravessou. Vi nele uma ode à juventude preta, ao poder da ciência como ferramenta de liberdade e à força dos laços que criamos para resistir e reexistir.


É leitura pra quem curte ficção, mas quer mais que entretenimento — quer se reconhecer, se desafiar e talvez, só talvez, começar a ver o tempo como um aliado, não um inimigo.


Frase que ficou comigo:"O futuro é uma equação. Mas a solução… essa é toda sua."


Dicas da Mih

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Clássico da ficção científica afrofuturista. Uma mulher negra é transportada do presente para o passado escravocrata dos EUA. É intenso, necessário e te vira do avesso.


Uma jovem negra presencia o assassinato de seu melhor amigo por um policial. A história é forte, tocante, e fala sobre ativismo, juventude e voz.


Uma fantasia épica africana com elementos de magia ancestral, opressão política e resistência jovem. Zélie, a protagonista, luta para restaurar a magia em um reino onde ela foi brutalmente extinta.


Aqui o buraco da ficção científica é mais nerd, mas ainda super acessível. A trama envolve memórias alteradas, múltiplas linhas do tempo e dilemas de identidade. Um thriller intenso com coração.



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