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Perfeita é a Mãe

  • Foto do escritor: Mih Moraes
    Mih Moraes
  • 1 de mar.
  • 2 min de leitura

Há algum tempo tenho observado as mães ao meu redor e o quanto a vergonha faz parte da sua rotina. É como se ela estivesse sempre explícita em seu rosto, seja porque o filho chora, grita, não obedece, corre, criando naquele momento uma tensão entre tomar ou não uma atitude, iniciando um ringue interno,"Chamo a atenção com rispidez, vão me chamar de louca, abusadora. Se pego leve, sou negligente, não eduquei corretamente."


Os olhares ao redor vão fazendo com que essa mulher se apequene, queira que o chão abra e a engula naquele momento. Procura no olhar de outras mulheres acolhimento, para que dessa forma se sinta menos pior. E que as pessoas parem de observar aquela cena como algo de outro mundo.

Pois crianças gritam, choram, fazem birra, correm, se frustram e precisam de alguma forma extravasar essa energia.


Mas, por que a culpa recai sempre sobre a mãe? Por que a sociedade cobra tanto dela e ao mesmo tempo oferece tão pouco apoio? Mães não são seres perfeitos, programados para reagir da maneira "certa" em todos os momentos. Elas estão cansadas, sobrecarregadas, carregando expectativas irreais impostas por uma cultura que romantiza a maternidade, mas ignora seu peso real.


Se uma criança chora em um restaurante, olhares atravessados. Se ela grita no mercado, suspiros de impaciência. Se faz birra na pracinha, cochichos ao redor. Poucos enxergam a mãe por trás disso tudo, sua luta diária para ensinar, acolher, amar e, ao mesmo tempo, manter-se de pé.


E se, ao invés do julgamento, houvesse empatia? Se, ao invés de olhares acusadores, existisse um sorriso de compreensão? A maternidade não deveria ser uma caminhada solitária. Nenhuma mãe deveria se sentir envergonhada por viver o real, e não a ilusão de uma família perfeita que só existe na cabeça de quem observa de fora.


Que possamos ser essa rede de acolhimento. Que possamos lembrar que a criança que chora hoje será o adulto que compreende amanhã. E que a mãe que hoje se sente julgada pode ser a mesma que, ao receber um olhar de empatia, encontra fôlego para seguir em frente.

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